A história da família Furlan no município de Capivari de Baixo remonta ao final da década de 1940, quando o casal Francisco Furlan e Rosalina desembarcou na estação de trem do então bairro de Capivari.O povoado experimentava na época um aumento populacional significativo, decorrente da criação da Companhia Siderúrgica Nacional em 1945. Com isso, diversas famílias se deslocaram para a vila de Capivari a procura de emprego e renda.
O patriarca da família nascera em 1904 no município de Armazém, passando a residir em São Miguel, hoje município de Gravatal. Eram todos descendentes de imigrantes italianos.
Os Furlan provem da comune de Camposampiero, província de Padova, na região do Veneto. Chegaram ao Brasil por volta de 1878, inseridos na grande imigração que aconteceu na Itália a partir da segunda metade do século XIX.
Agostino Giuseppe Furlan e Maria Fantinato deram à luz, ainda na Itália, ao filho Valentino Giuseppe Furlan, que casou no dia 25 de junho de 1896 com Madalena Grandi (pais de Francisco).
A saga da família Furlan atravessa o oceano, encontrando no Brasil a nova morada.
É neste contexto de dificuldades econômicas e choque cultural e lingüístico que os Furlan se estabelecem em definitivo no sul de Santa Catarina. Primeiro na localidade de São Miguel, depois em Rio Palmeiras Alta, na divisa dos municípios de Urussanga e Orleans.
Da colônia agrícola dirigem-se em carros de boi e mulas até a estação ferroviária do Oratório.
A viagem até Capivari durava longas horas, com diversas paradas ao longo do percurso.
Em Capivari, logo o casal Francisco e Rosalina encontram ocupação, abrindo um bar na rua principal. Vieram junto os filhos menores. Todos passaram a trabalhar, seja nas atividades domésticas, seja no comércio de balas, picolé e frutas para os passageiros do trêm.
Francisco e Rosalina tiveram 12 filhos.
Quintino Furlan, nascido em 1925 casou-se com Isabel, e foi morar no Paraná. Lá construiu a família e teve filhos, netos e bisnetos.
Madalena Furlan, nascida em 1927, casou-se com Vitório Cancellier de Olivo, que foi trabalhar na Companhia Siderúrgica Nacional. Os filhos do casal, que está sepultado no cemitério municipal de Capivari, são o matemático Acioli Antônio de Olivo, o professor Luis Carlos e o jornalista Júlio Cancellier.
Na seqüencia nasceu Idalina Furlan, casada com o irmão de Vitório, Carlos Cancellier. Idalina viveu boa parte de sua vida em Palmeiras Alta, e faleceu no município de Urussanga.
Genova Furlan hoje reside em Itajai, com o filho Marcio e os neto Priscila, Márcinho e Natasha. Casou-se em 28 de abril de 1931 o grande líder político Salvador Joaquim Nunes, vereador eleito à Câmara Municipal de Tubarão e que teve uma reconhecida carreira profissional junto a CSN. Salvador hoje está sepultado em Itajai.
Iria Furlan, nascida em 1933 casou-se com outro notável cidadão capivariense: José Caetano, o conhecido Zé Tortinho. Os filhos alcançaram grande notoriedade na sociedade capivarinense: Jobi Caetano, faleceu prematuramente, sendo ainda hoje lastimada sua falta em toda coletividade de Tubarão e Capivari. Jacira Caetano é uma competente advogada, casada com o jurista João Batista Goes Ulyssea. Completa a prole Joel Caetano, o popular Babalu, figura das mais conhecidas no município, que é pai de Leandro e Evandro.
Aquilina Furlan foi seguramente uma das mais conhecidas e despojadas moças de Capivari de Baixo. Nasceu em 1935 e faleceu em 1997. Não gerou descendentes mas apadrinhou dezenas de jovens que se inspiraram em sua marcante personalidade.
Um dos filhos do casal Francisco e Rosalina faleceu muito cedo. Foi o pequeno Júlio.
A história de Capivari confunde-se um pouco coma vida de Josephina Furlan, a Pina. A professora do Jardim ensinou diversas gerações e hoje ainda presta serviços voluntários de alfabetização de adultos. Uma verdadeira devoção à causa da educação e aos princípios morais da religião católica, a qual devota-se com pleno ardor.
Depois veio Moacir Furlan, nascido em 1939, casou-se com Madalena e foi construir a vida no Paraná, onde já estava o irmão mais velho Quintino. Há cerca de dois anos retornou para Santa Catarina e atualmente participa da vida social de Capivari de Baixo.
Duílio Furlan, nascido em 1941, foi outro que nos deixou prematuramente. Morava em Itajai, sendo um dos homens de confiança do comendador Sandri, proprietário dos supermercados Vitória. Era casado com Isalene Henrique, tendo integrado uma geração de jovens capivariennses que freqüentavam o Recreio do Trabalhador.
O sapateiro Ivo Furlan, nascido em 1943 é um dos personagens mais conhecidos de Capivari, por há mais de 40 anos devota-se ao trabalho artesanal de conserto de calçados. Casado com Tereza, Ivo tem uma vida social ativa, participando de clubes sociais, igreja e agremiações esportivas.
Finalmente, está Valdir Furlan, mais um integrante do clã que passou parte de sua juventude junto aos amigos em Capivari e que foi para o Paraná. Lá constituiu família, mesclando suas atividades profissionais no ramo supermercadista com a paixão pelo vôo de asa delta.
Esta é, em suma, a trajetória da família Furlan junto a coletividade capivariense.
Homens e mulheres que seguramente fizeram ou que continuam fazendo a história do município.
Aos membros desta tão respeitável família, nossos efusivos cumprimentos e os votos que futuras gerações possam se inspirar neste grande exemplo de vida.